A produção nacional de cachaça segue firme em sua trajetória de crescimento e consolidação como símbolo da identidade brasileira. É o que aponta o Anuário da Cachaça 2025, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária. O levantamento reúne dados estatísticos de 2024 sobre estabelecimentos e produtos registrados, além de informações sobre exportações e geração de empregos.
Segundo o documento, o número de produtores formalizados aumentou 4% em 2024, totalizando 1.266 estabelecimentos cadastrados no sistema do Mapa — 49 a mais do que no ano anterior. Esse é o terceiro ano consecutivo de avanço, revelando o fortalecimento contínuo da cadeia produtiva da cachaça.
Minas Gerais se destaca como o maior polo da bebida no Brasil, com 501 estabelecimentos registrados. Na sequência aparecem São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). Um destaque especial vai para o Ceará, que teve o maior crescimento proporcional: saltou de 34 para 47 cachaçarias registradas — alta de 38,2%.
Regionalmente, o Sudeste mantém a liderança absoluta, com mais de 800 produtores formalizados. As regiões Nordeste (189) e Sul (183) também mantêm participação expressiva no setor.
“O crescimento no número de cachaçarias mostra como o setor está cada vez mais presente em todo o país. É resultado do talento dos nossos produtores e do apoio institucional que estamos oferecendo a quem faz da cachaça um símbolo nacional”, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Produtos registrados também aumentam
Em 2024, o número de cachaças registradas no país cresceu 20,4%, com a inclusão de 1.225 novos produtos, totalizando 7.223 cachaças formalmente registradas. Minas Gerais lidera também nesse quesito, com 2.492 produtos — cerca de 34,5% do total nacional.
A média nacional é de 5,7 cachaças por estabelecimento, demonstrando a diversidade e inovação na produção de rótulos artesanais e industriais.
Geração de empregos
A cadeia de produção da cachaça também tem impacto direto no emprego. Em 2024, a atividade de fabricação de aguardente de cana gerou 6.363 empregos diretos, o equivalente a 4,5% de todos os postos da indústria de bebidas. A região Sudeste lidera também nesse indicador, com 2.954 vagas — ou 46,4% dos empregos da área.
Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), destacou a resiliência do setor:
“Mesmo com os desafios enfrentados, os dados mostram crescimento na base produtiva. Ainda estamos aquém do potencial pleno da cachaça, mas os avanços indicam que o setor está se fortalecendo e merece maior atenção nas políticas públicas.”
Produção em alta
O volume declarado de cachaça produzida em 2024 ultrapassou 292 milhões de litros, crescimento de quase 30% em relação a 2023. O Sudeste, mais uma vez, aparece como o maior polo produtivo, com mais de 172 milhões de litros — o equivalente a 59% da produção nacional.
A surpresa positiva veio da região Sul, que registrou crescimento expressivo: 300,57% em relação ao ano anterior, alcançando mais de 58 milhões de litros.
O Mapa ressalta que os dados de produção são informados voluntariamente pelos produtores no sistema do ministério, funcionando como um indicativo da tendência do setor. A expectativa é que, com maior adesão, os números se tornem cada vez mais precisos nos próximos anos.