Agro Paulista tem superávit de US$8,54 bilhões nas exportações, apesar de tarifaço americano e gripe aviária

Carnes tiveram aumento relevante no volume e receita, já sucos e café no faturamento

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Agro Paulista tem superávit de US$8,54 bilhões nas exportações, apesar de tarifaço americano e gripe aviária Carnes tiveram aumento relevante no volume e receita, já sucos e café no faturamento

No acumulado de janeiro a maio de 2025, em comparação com igual período de 2024, o setor do agronegócio paulista registrou queda de 11,1% nas exportações, que totalizaram US$11,01 bilhões, e aumento de 5,6% nas importações, que somaram US$2,47 bilhões. Como resultado, o saldo da balança comercial apresentou superávit de US$8,54 bilhões, representando retração de 14,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A participação das exportações do agronegócio paulista no total das exportações do Estado nos cinco primeiros meses de 2025 foi de 40,6%, enquanto a participação das importações setoriais atingiu 7,0%. Em relação ao mesmo período de 2024. Em relação à liderança entre os estados exportadores, nota-se movimentações nos valores das participações dos estados nos cinco primeiros meses de 2025, o estado de São Paulo cedeu a primeira posição para Mato Grosso, que concentra 92% das suas exportações em três principais grupos: complexo soja (67,5%), fibras e produtos de têxteis (13,2%) e de carnes (11,5%).

Aguarda-se os desdobramentos da guerra comercial com as tarifas impostas pelo governo americano e da gripe aviária, conforme nota oficial do MAPA, que aponta a suspensão das exportações da carne de frango em 21 estados, para que se tenha alterações nesse ranqueamento com ganhos e perdas em razão das especializações de cada estado.

Cabe destacar que as exportações paulistas dos demais setores da economia (excluindo o agronegócio) somaram US$16,12 bilhões, enquanto as importações atingiram US$32,87 bilhões, resultando em déficit externo de US$16,75 bilhões. Assim, conclui-se que o superávit do agronegócio foi fundamental para mitigar o déficit comercial do Estado.

Esses dados foram levantados na análise realizada por Carlos Nabil Ghobril, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), em parceria com o pesquisador José Alberto Ângelo e a pesquisadora colaboradora Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Exportações do Agronegócio Paulista por Grupos de Produtos

Os cinco principais grupos exportadores do agronegócio paulista foram:

● Complexo sucroalcooleiro: participa com 24,3% do total exportado pelo agro paulista, US$ 2,68 bilhões, sendo que o açúcar representou 90,2% e o etanol, 9,8%.

● Setor de carnes: responsável por 14% das vendas externas do setor, totalizando US$1,53 bilhão, com a carne bovina respondendo por 82,9%.

● Complexo soja: equivale com 11,7% do total exportado, registrando US$ 1,29 bilhão, sendo 83,7% soja em grão e 12,2% farelo de soja.

● Grupo de sucos: responde por 11,5% de participação, somando US$ 1,26 bilhão, dos quais 97,8% correspondem ao suco de laranja.

● Produtos florestais: representam 11,4% do volume exportado, com US$ 1,25 bilhão, com celulose representando 54,2% e papel 36,8%.

Esses cinco grupos responderam por 72,8% das exportações do setor no Estado. Destaca-se ainda o grupo do café, tradicional nas exportações paulistas, ocupa a sexta posição com US$824,84 milhões (74,3% café verde e 22,0% café solúvel).

Verificaram-se também variações expressivas nas receitas dos principais grupos: aumentos para café (+56,6%), sucos (+26,6%) e carnes (+22,1%); e quedas para complexo sucroalcooleiro (-45,6%), produtos florestais (-1,8%) e complexo soja (-0,4%). Tais variações refletem oscilações tanto de preços quanto de volumes exportados.

Importações do Agronegócio Paulista no Primeiro Semestre de 2025

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no período de janeiro a maio de 2025 foram: salmões, com US$194,01 milhões; papel, com US$178,10 milhões; trigo, com US$154,00 milhões — totalizando 653 mil toneladas importadas, volume 40% superior ao registrado no mesmo período de 2024 —; e leite em pó, com US$100,25 milhões.

Participação do Estado de São Paulo no Comércio Exterior Brasileiro

As exportações setoriais de São Paulo nos cinco primeiros meses de 2025, representaram 16,3% em relação ao agronegócio brasileiro, e 28,9%  nas importações.

A participação dos grupos do agronegócio paulista no agronegócio nacional de janeiro a maio de 2025 se destacou nos seguintes grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (86,3%), produtos alimentícios diversos (68,5%), demais produtos de origem vegetal (64,6%) e complexo sucroalcooleiro (55,6%). Também tem relevante participação nos principais grupos do agro brasileiro, no grupo de produtos florestais (17,3%), café (12,2%) e no grupo de carnes (13,3%), sendo o principal estado exportador de carne bovina com 22% do total nacional.

Em relação aos estados exportadores, São Paulo ficou na segunda posição com 16,3%, atrás do Mato Grosso (17,3%). Em seguida estão Minas Gerais (12,4%), Paraná (10,4%), Rio Grande do Sul (7,6%) e Goiás (7,0%). Esses seis estados concentraram 71% das exportações agropecuárias brasileiras. Nota-se movimentações nos valores das participações dos estados em relação nos cinco primeiros meses de 2025, o estado de São Paulo cedeu a primeira posição para Mato Grosso, que concentra 92% das suas exportações em três principais grupos: complexo soja (67,5%), fibras e produtos de têxteis (13,2%) e de carnes (11,5%).

Análise Setorial do Agronegócio Brasileiro

As exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$67,48 bilhões de janeiro a maio de 2025, alta de 0,6% em relação ao mesmo período de 2024, representando 49,3% do total das exportações nacionais. As importações cresceram 7,4%, somando US$8,54 bilhões (7,6% do total nacional).

O superávit da balança comercial do setor agropecuário foi de US$58,94 bilhões no período, ligeira queda de 0,3% ante 2024. O bom desempenho do agronegócio foi decisivo para conter o déficit da balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores da economia apresentaram déficit de US$34,50 bilhões (exportações de US$69,45 bilhões e importações de US$103,95 bilhões).


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