Mercado de agroquímicos teve queda na safra; broca-da-cana impulsiona segmento de inseticidas

Mercado de agroquímicos teve

Terceira maior cultura para o setor de proteção de cultivos caiu 9% em dólar, para US$ 1,26 bilhão, frente à desvalorização da moeda brasileira no período


Pesquisa da consultoria Spark Inteligência Estratégica mostra que o mercado de agroquímicos para cana-de-açúcar registrou queda de 9% em dólar no ano fiscal 2021, para US$ 1,26 bilhão, contra US$ 1,38 bilhão de 2020. O estudo BIP – Business Intelligence Panel –, exclusivo da empresa, concluiu que esse resultado decorreu da desvalorização de 21% da moeda brasileira na safra (dólar médio da época de compra de insumos). Já em real, as vendas subiram 15%, de R$ 5,88 bilhões para R$ 6,78 bilhões.


 De acordo com o BIP, recém-publicado, a cana-de-açúcar, com 11% de participação, constitui hoje a terceira maior cultura, em faturamento, para o setor de proteção de cultivos. Este, segundo a Spark, movimentou US$ 11,8 bilhões em 2021, declínio de 10% comparado a 2020 (US$ 13,04 bilhões).


Na moeda americana, o levantamento da Spark revelou ter havido redução na movimentação em dólar em quase todas as categorias de agroquímicos da cana. Apenas o segmento de fungicidas, terceiro em importância econômica, apresentou desempenho positivo: subiu 9,5% ante 2020, de US$ 42 milhões para US$ 46 milhões.


 

Cenário é favorável a inseticidas


No todo da pesquisa, diz Leite, o destaque fica por conta da evolução acumulada do grupo inseticidas. Mesmo com recuo de 5% na área plantada de cana desde 2017 (9,502 milhões de hectares para 9,021 milhões de hectares), o segmento cresceu em média 3,4% ao ano, em dólar, oscilando de US$ 435 milhões até US$ 557 milhões. Em 2021, fechou em US$ 497 milhões, 10% abaixo de 2020 (US$ 550 bilhões).


Na segunda posição entre os agroquímicos da cana, os inseticidas corresponderam a 34% da movimentação total da cultura em 2021, conforme a Spark. “Na avaliação em área tratada, tais produtos tiveram aumento médio na adesão de produtores da ordem de 10% ao ano, de 2017 a 2021, subindo de 14,939 milhões de hectares para 21,517 milhões de hectares”, enfatiza Leite.


 Há expectativa de que o segmento se mantenha aquecido nas próximas safras. “O controle da broca-da-cana, uma praga de alta severidade, deverá empurrar para cima os inseticidas, inclusive produtos de matriz biológica”, avalia Leite. “O manejo da broca correspondeu a 52% da área tratada e a 22% do segmento de inseticidas na safra 2021, em torno de US$ 110 milhões. Destacaram-se, ainda, produtos para nematoides, pragas de solo (sphenophorus, cupins e migdolus) e cigarrinhas”, continua ele.


Conforme os números da consultoria, a área tratada por nematicidas saltou de 1 milhão de hectares para 1,27 milhão de hectares. A adesão cresceu de 11% para 13% do total da área cultivada. Já as cigarrinhas exigiram aplicações em 5 milhões de hectares ou 24% do total da área tratada com inseticidas, seguidas das pragas de solo. Estas, representaram 3,7 milhões de hectares tratados em 2020 e chegaram a 4 milhões de hectares na última safra.


 

Herbicidas na dianteira


Segundo o BIP Spark Cana, os herbicidas permanecem na dianteira entre os produtos mais demandados por produtores na proteção das lavouras de cana, com 52% das vendas totais ou US$ 656 milhões. Este montante, assinala Leite, embute uma queda de 10% comparado a 2020 (US$ 729 milhões).


 Ainda conforme o BIP Spark Cana, os reguladores de crescimento, que dividem com os fungicidas a terceira posição entre os agroquímicos mais aplicados na gramínea, com 4% do mercado, movimentaram US$ 51 milhões em 2021, contra US$ 54 milhões da safra passada, menos 4%. Demais produtos cobertos pelo levantamento – adjuvantes, redutores de ph, inoculantes, óleos e outros – totalizaram 1% ou US$ 12 milhões.


De acordo com Vitor Leite, o BIP Spark Cana 2021 resultou de mais de 500 entrevistas, presenciais, envolvendo produtores, segmentados em usinas e fornecedores da matéria-prima. Cerca de 230 municípios foram percorridos nos meses de outubro a dezembro de 2021. “Esse modelo de coleta captura todo o manejo empreendido pelos produtores ao longo do ano fiscal”, finaliza Leite.



Foto Capa divulgação Agro Bayer

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