A colheita do milho da safra de verão segue em ritmo acelerado no Brasil, ao mesmo tempo em que o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras da segunda safra. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), esse cenário tem provocado recuo nas cotações do cereal, refletindo a maior expectativa de oferta e afastando compradores do mercado spot.
Com a perspectiva de continuidade na queda dos preços, muitos agentes têm evitado novas aquisições, apostando em um movimento de desvalorização sustentado pelas boas condições no campo. Segundo pesquisadores do Cepea, até meados de março, fatores como dificuldades logísticas, retração de vendedores e temores em relação aos estoques curtos sustentavam os preços em patamares elevados. Naquele momento, parte dos compradores chegou a pagar mais caro para garantir o abastecimento.
No entanto, desde abril, o cenário mudou. Com o avanço da colheita e o otimismo em relação à segunda safra, compradores se retraíram das negociações no mercado físico, contribuindo para a queda dos valores internos do milho.
Outro fator que reforça a pressão de baixa sobre os preços é a desvalorização cambial e a redução dos valores internacionais do grão, que diminuem a paridade de exportação e reduzem a competitividade do milho brasileiro no mercado externo.
Com esses elementos em jogo, o mercado doméstico permanece pressionado, e os produtores acompanham com atenção o desenrolar da colheita e a reação da demanda nos próximos meses.
Fonte: Cepea